Doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar vidas. Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação. É preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão. Hoje é com um desconhecido, mas amanhã pode ser com algum amigo, parente próximo ou até mesmo você. Doar órgãos é doar vida.

O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador.

Entrevista com o Dr. Felipe Dal Pizzol, coordenador da Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT) do Hospital São José. Ouça:

 

Quinta captação de múltiplos órgãos é realizada no Hospital São José 

Após a constatação da morte encefálica com a realização de todos os exames necessários para comprovação de um paciente de 62 anos, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico, a Comissão Hospitalar de Transplante (CHT) do Hospital São José verificou que haveria por meio deste paciente, a possibilidade de doação de órgãos.

As enfermeiras Renata Mendes Machado e Daniela Luiz entrevistaram a família para explicar sobre o processo de doação. Informados sobre o assunto e como a ação, mesmo em meio a dor poderia ajudar outras vidas, foi realizada a autorização a doação de órgãos.

“Sabemos que este momento é muito delicado e doloroso para família, mas precisamos fazer a abordagem e oferecer aos familiares apoio; explicar que outras pessoas podem ser ajudadas por meio da vida deles. O Sim para autorizar a doação, certamente vai beneficiar não só um, mas neste caso, três pacientes que estavam na fila de espera por um órgão para sobreviver”, comenta a enfermeira Renata Mendes Machado, que faz parte também da equipe CHT.

Para a realização de procedimentos desta natureza, enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicos cirurgiões e equipe de apoio são acionadas para que tudo ocorra da melhor forma no menor tempo possível.  Para captação de órgãos, médicos da central de transplantes de Florianópolis são acionados e realizaram o procedimento com apoio da equipe do São José.

No Centro Cirúrgico da Instituição, foi possível fazer a captação de fígado, rins e córneas do paciente.

O que é morte encefálica?

A morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções encefálicas (cerebrais), definida pela cessação das funções corticais e de tronco cerebral, portanto, é a morte de uma pessoa.

Após a parada cardiorrespiratória, pode ser realizada a doação de tecidos (córnea, pele, musculoesquelético, por exemplo). A Lei 9.434 estabelece que doação de órgãos pós morte só pode ser feita quando for constatada a morte encefálica.

Como é feito o diagnóstico de morte encefálica?

O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Deste modo, a constatação da morte encefálica deverá ser feita por médicos com capacitação específica, observando o protocolo estabelecido. Para o diagnóstico de morte encefálica, são utilizados critérios precisos, padronizados e passiveis de serem realizados em todo o território nacional.

Quero ser doador de órgãos. O que fazer?

Se você quer ser doador de órgãos, primeiramente avise a sua família. Os principais passos para doar órgãos são:

  • Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo de ser doador e deixar claro que eles, seus familiares, devem autorizar a doação de órgãos.
  • No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar.

Pela legislação brasileira, não há como garantir efetivamente a vontade do doador, no entanto, observa-se que, na grande maioria dos casos, quando a família tem conhecimento do desejo de doar do parente falecido, esse desejo é respeitado. Por isso a informação e o diálogo são absolutamente fundamentais, essenciais e necessários. Essa é a modalidade de consentimento que mais se adapta à realidade brasileira. A previsão legal concede maior segurança aos envolvidos, tanto para o doador quanto para o receptor e para os serviços de transplantes.

A vontade do doador, expressamente registrada, também pode ser aceita, caso haja decisão judicial nesse sentido. Em razão disso tudo, orienta-se que a pessoa que deseja ser doador de órgãos e tecidos comunique sua vontade aos seus familiares.

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Colaboração: Katia Farias / Assessoria de Comunicação