No início desta semana foi celebrado o Dia Nacional do Surdo, comemorado em 26 de setembro. Esta data foi escolhida por ser o dia em que marcou a criação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), em 1857. A data recorda da importância e da necessidade de haver mais políticas de inclusão e de acessibilidade para surdos. No Brasil, é conhecido a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e existem diversas instituições no país que oferecem ensino sobre o aprendizado dela.

“Quando as pessoas pensam que a gente está interpretando algum evento, a gente não está fazendo o alfabeto, estamos fazendo sinais. A gente não está pegando a palavra em si e transformando em sinal, estamos transformando a ideia que a pessoa está falando em sinais. É como se você assistisse o Oscar, por exemplo, e lá tem a interpretação simultânea de inglês para português”, explicou o intérprete e professor de Libras,  Ramon Silva da Cunha. Para o especialista, a estrutura da língua portuguesa é mais difícil do que a língua de sinais. Em Libras, um mesmo sinal pode significar a mesma palavra, mas é fácil de diferenciar devido ao contexto daquilo que estão se comunicando.

Ramon Silva da Cunha, mestrando em tecnologia da Informação e Comunicação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Além disso, apesar de haver várias formas de se chamar, Ramon frisa que o certo é surdo e que não é algo pejorativo, como muitos pensam. O deficiente auditivo se refere a pessoa que possui uma capacidade de ouvir reduzida. O surdo tem a perda total desta capacidade de ouvir, seja em um ou nos dois ouvidos. O especialista também esclareceu que não é correto usar o termo mudo ou que a pessoa não fala. Conforme Ramon, a fala não é somente relacionada a sons, e sim a comunicação em geral, e Libras é uma forma de fala. Uma pessoa “muda”, como muitos caracterizam, possui as cordas vocais normais, porém não consegue reproduzir porque ela nunca ouviu e não sabe como pronunciar determinada palavra.

Confira mais sobre a importância do Dia Nacional do Surdo na entrevista com Ramon para o programa Ponto de Encontro: