O diabetes, a obesidade e os distúrbios tireoidianos durante a gravidez requerem atenção especial, pois podem aumentar o risco de complicações para a mãe e o bebê. O diabetes gestacional é caracterizado pela resistência à insulina e pela hiperglicemia. Cerca de 10% das gestantes desenvolvem o diabetes gestacional. Mulheres com sobrepeso ou obesidade têm um risco aumentado de desenvolver diabetes gestacional devido à resistência à insulina associada ao excesso de tecido adiposo.

A endocrinologista doutora Lorena Lima Amato explica que a obesidade durante a gravidez está associada a uma série de complicações tanto para a mãe quanto para o feto, com maior probabilidade de desenvolver pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional, diabetes gestacional, tromboembolismo venoso e complicações durante o parto, como dificuldades respiratórias. “Além disso, bebês nascidos de mães com obesidade têm um risco aumentado de serem grandes para a idade gestacional, apresentarem anomalias congênitas, problemas respiratórios e obesidade na infância e vida adulta”, detalha a especialista.

A abordagem ideal para mulheres com diabetes e obesidade durante a gestação envolve uma equipe multidisciplinar de saúde, entre eles endocrinologistas, ginecologistas obstetras e nutricionistas. “O cuidado pré-natal deve se concentrar no controle rigoroso da glicose no sangue, na promoção de uma alimentação saudável, na manutenção do peso e na realização de atividade física regular, sempre adaptada às necessidades e capacidades individuais da gestante”, orienta doutora Lorena.

O programa Ponto de Encontro abordou mais sobre o tema em entrevista com a doutora Lorena. Ouça mais na íntegra:

Tireoide e a gestação

Os hormônios produzidos pela glândula tireoide são essenciais para a saúde da mãe e do bebê. Durante a gravidez, a tireoide passa a ser ainda mais exigida, pois precisa dar conta do metabolismo da gestante e da criança. “Os níveis adequados de hormônios tireoidianos são essenciais para que o desenvolvimento neurológico do feto ocorra normalmente. A tireoide do bebê só começa a ser formada a partir da 20ª semana de gestação, até lá, todo hormônio tireoidiano que o bebê precisa para se desenvolver é de origem materna”, explica a endocrinologista.

A deficiência dos hormônios tireoidianos durante a gravidez pode levar a diversos problemas de saúde tanto para mãe, como o aumento da pressão arterial, abortos e partos prematuros, quanto para o bebê, como problemas mentais, déficit cognitivo e aparecimento de bócio. “O apoio emocional e educacional nessa fase da mulher, para ajudá-la a entender os riscos associados ao diabetes, à obesidade e às doenças relacionadas à tireoide são fundamentais e podem resultar em incentivo para as mudanças de estilo de vida e, consequentemente para o bem-estar dela e do bebê”, comenta.

Colaboração: Débora Torrente / Gengibre Comunicação