Além da perda de peso, a cirurgia bariátrica e metabólica permite uma série de alterações no organismo humano. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), doutor Antônio Carlos Valezi, o intestino é um grande produtor de hormônios, sendo que o paciente obeso tem níveis menores. Com o procedimento, esses hormônios irão aumentar, permitindo que o metabolismo da pessoa funcione de forma efetiva, melhorando outros fatores, como a diabetes, colesterol e doenças hepáticas. “É um conjunto de fatores onde o peso é um dos alvos, mas existem diversos outros alvos que a cirurgia tem capacidade de acertar”, destaca.

Além do Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente indicando obesidade, a bariátrica é recomendada para as pessoas que têm outras doenças associadas. “Há que haver uma consulta com endocrinologista para saber se realmente essa obesidade não pode ser diminuída e ter a sua remissão com os medicamentos”, comenta. “Primeiro, nós temos que entender que a obesidade é uma doença que ainda hoje existe um estigma sobre ela, porque as pessoas imaginam que os obesos são assim porque são relaxados. Não. Na verdade, os obesos são assim porque têm uma doença, uma doença metabólica que faz com que eles poupem energia e transformem essa energia na forma de gordura”, acrescenta.

Ainda conforme o doutor Antônio, a cirurgia bariátrica não é um procedimento estético. “Essa cirurgia não deve ser feita para o paciente mudar o seu manequim, essa cirurgia é feita para o paciente readquirir a sua condição de saúde”, ressalta. O assunto foi abordado em entrevista na programação da Rádio Marconi. Ouça mais:

 

Segundo o especialista, as alterações anatômicas provocadas pela cirurgia vão permitir que o paciente coma menor quantidade de alimento, sentindo-se saciado. Isso porque essas mudanças irão gerar o aumento dos hormônios, possibilitando uma saciedade mais precoce, sem que o paciente precise ingerir grandes quantidades de alimento. “A obesidade é uma doença crônica e, como toda doença crônica, ela requer o acompanhamento de longo prazo”, salienta o doutor. Para Antônio, é primordial o acompanhamento, seja psicológico, antes e depois, na alimentação e na análise das vitaminas. Além disso, o apoio de familiares e colegas durante a readaptação também é importante para que o paciente possa se recuperar.

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