Jaques Morelenbaum, nascido em 18 de maio de 1954, no Rio de Janeiro, é um talentoso violoncelista, arranjador, maestro, produtor e compositor. Com uma família envolvida na arte, ele começou a se relacionar com música desde muito jovem. Ao longo de sua carreira, ele se destacou como uma das principais referências na música contemporânea, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Seu pai, o maestro Henrique Morelenbaum, foi uma inspiração na sua trajetória musical e um incentivador da sua carreira. “Meu pai foi maestro de orquestra e de coral durante toda a sua vida, e professor de composição, contraponto e fuga na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)”, conta Jaques.

No mundo das gravações, Morelenbaum usou sua habilidade musical para aprimorar os álbuns de uma série de estrelas da música popular brasileira, incluindo Gal Costa, Caetano Veloso, Ivan Lins, Barão Vermelho e Skank. Além disso, ele compôs arranjos para discos de Marisa Monte, Beto Guedes, Carlinhos Brown e Titãs.

Jaques teve a oportunidade de atuar ao lado do lendário Tom Jobim por dez anos de sua juventude. Durante esse tempo, ele participou de espetáculos e gravações que lhe renderam prêmios de altíssima importância. “Foi uma das experiências musicais mais ricas, não só musicais, mas também de vida, já que Tom era uma figura tão especial, com uma cabeça pensante única e muito fértil de ideias. Ele tinha um humor refinado também, então foi uma convivência muito rica e maravilhosa. E em termos musicais, foi um grande presente que a vida me deu”, explica o violoncelista carioca.

Durante entrevista no programa Ponto de Encontro, o renomado maestro compartilhou detalhes sobre sua ligação profissional e amigável com o artista Gilberto Gil. “O Gil é maravilhoso. Foi também uma experiência, foram cinco anos de convivência com esse criador máximo da nossa música. Uma figura tão adorável e os primeiros anos, inclusive, tiveram um tom muito especial para mim porque ele me chamou para participar de um projeto onde apenas ele, o seu filho Bem Gil e eu fizemos o concerto. E o Bem, sendo mais novo que a gente, eram três gerações no palco. E de certa maneira, viajando pelo mundo todo e fazendo os concertos, eu me sentia como uma espécie de tutor do Bem, como se o Gil me confiasse estar tocando junto com seu filho. E isso me dava uma alegria muito grande sentir essa confiança dele em mim”, lembra.

Com sua musicalidade única e habilidade incrível, o maestro já levou seu talento para muito além das fronteiras do Brasil. Ele viajou por 40 países, espalhando a riqueza e beleza da música brasileira e conquistando o coração de plateias ao redor do mundo. “Eu viajei para mais de 40 países. A vida do músico é sempre viajar. Como diz a canção que o Milton Nascimento eternizou: ‘O artista tem que ir onde o povo está’. A cultura cria expectativas e curiosidades imensas, por isso o mundo inteiro convida artistas de outras partes do mundo para conhecer melhor esse planeta que a gente vive através da cultura”, relata Jaques.

Para saber mais sobre a carreira de Jaques Morelenbaum, ouça a entrevista exclusiva realizada no quadro Sons do Brasil, apresentado por Jair De Ávila. Confira:

 

Na sua carreira musical, Morelenbaum teve ainda a oportunidade de colaborar com o artista Caetano Veloso por mais de uma década. Para ele, esse período foi intenso e marcante na sua jornada. “Durante os 14 anos que eu trabalhei com Caetano Veloso, a rotina era passar um ano preparando um disco, gravando e mixando. O ano seguinte, rodar o Brasil, e o terceiro ano, rodar o mundo. Então, tive a oportunidade de tocar em mais de 400 cidades e mais de 40 países, realizando um sonho de infância. Eu via meu pai, que também abraçou essa carreira musical, viajar e criava uma enorme ilusão sobre essa vida de viajante. Hoje em dia, adoro ficar em casa, mas continuo viajando sempre”, disse o maestro.

De acordo com Morelenbaum, a vida de músico pode ser vista como um conto de fadas, mas, na verdade, requer muito trabalho e dedicação. Entre viagens constantes, horas intermináveis dentro de aviões e uma agenda de compromissos intensa e que exige muito esforço. “A vida do músico parece ser um conto de fadas, mas não é tão fácil quanto parece. Estar sempre viajando, mudando de canto para canto, fazendo e desfazendo malas, passando por raio-x nos aeroportos e passando horas dentro de aviões. Mas, todo esse esforço vale a pena porque temos a oportunidade de difundir a nossa música e de tocar para as plateias mais distintas possíveis”.