A rinite alérgica é caracterizada por uma inflamação da mucosa nasal que causa extremo desconforto no indivíduo afetado, dificultando sua capacidade respiratória. Desde crianças até idosos podem apresentar os sintomas da alergia, que incluem: congestão nasal, dificuldade para dormir, sinusites bacterianas, complicações pulmonares como asma alérgica, entre outros. Para falar sobre o assunto, a doutora Maria Letícia Freitas Silva Chavarria, coordenadora do Departamento Científico de Rinite da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), concedeu uma entrevista ao programa Ponto de Encontro.

Os dados mostram que 26% das crianças têm rinite e a especialista afirma que este número tende a aumentar muito mais na próxima década por causa da exposição aos alérgenos como a poeira; fumaça de cigarro; pelos de animais; mofo; produtos químicos, entre outros fatores que são desencadeadores da rinite, como o fator genético. A médica também pontua que podem ocorrer deformidades faciais nas crianças que mantêm a boca aberta para respirar por causa da alergia, fazendo com que os ossos faciais e a arcada dentária se alarguem caso não haja um tratamento prévio.

A boa notícia é que existe tratamento para a rinite e, se bem orientado, o paciente pode ter um controle importante da doença e até a sua remissão. A médica explica que existem diversos tratamentos disponíveis para a rinite, incluindo antialérgicos, lavagem nasal, sprays nasais e anti-inflamatórios. Ela ressalta que medicamentos para descongestionar as vias aéreas geralmente acarretam dependência e devem ser evitados. Quando essas opções terapêuticas não são suficientes, combinadas ao controle ambiental, a imunoterapia é indicada. Esse tratamento, que requer no mínimo três anos, tem o objetivo de reduzir a reatividade do organismo aos fatores desencadeadores da rinite.

Sobre a imunoterapia, conhecida como vacina para alergia, a especialista evidenciou que tem se mostrado um tratamento muito eficaz para a rinite alérgica. “Ela pode ser aplicada de forma subcutânea, mas com os avanços da área já é possível encontrar o tratamento na forma sublingual, que oferece menos riscos de reações adversas como a anafilaxia, a mais grave entre elas. A imunoterapia pode ser indicada para crianças e adultos”, explica a doutora Maria. Ouça a entrevista:

 

A especialista destaca a importância de cuidar do ambiente doméstico, pois a poeira presente nas residências é um dos principais desencadeadores da rinite. Ela recomenda a constante higienização de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, bem como a atenção aos tapetes, cortinas, brinquedos de pelúcia e enfeites, que podem acumular sujeira.

A médica enalteceu ainda a importante atuação da ASBAI, ressaltando seu papel fundamental na realização do Dia Nacional da Rinite Alérgica. Além disso, ela mencionou que no ano passado a associação lançou um e-book abordando a rinite alérgica, com o objetivo de ampliar a divulgação de informações essenciais para a prevenção e conscientização sobre essa condição de saúde.