Apesar de ser considerado raro, o câncer de pênis pode ser prevenido de forma simples. No entanto, o Brasil atingiu uma média superior a 600 amputações do órgão nos últimos dez anos. De acordo com o doutor Wilson Busato, especialista da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o câncer de pênis não recebe tanta atenção quanto outros problemas de saúde, por uma série de motivos. Conforme o urologista, uma das principais maneiras de prevenção é a higiene correta. Wilson destaca que isso também está relacionado ao nível socioeconômico, já que muitas pessoas não têm acesso à água, por exemplo, dificultando a higienização.

Além desse fator, há outros pontos que dificultam a higiene correta, como os casos de pessoas com dificuldades cognitivas e físicas. De acordo com o doutor, lesões geradas por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) também podem ocasionar o câncer. De 2012 a 2022, o Brasil registrou quase 22 mil casos de câncer de pênis. Apesar de ser um número alto, o especialista alerta que as taxas devem ser maiores do que os dados oficiais. “Os pacientes do interior, sem acesso, enfim, acabam tendo a doença, acabam morrendo e acabam não colocando isso”, destaca. “Mas o fator primordial nesses números que trazem à tona é que nós estamos falando de um câncer absolutamente, mas absolutamente, evitável”, complementa.

O assunto foi abordado em entrevista no programa Ponto de Encontro com o doutor Wilson. Ouça mais na íntegra:

 

O câncer de pênis é mais incidente em homens a partir dos 50 anos, mas também pode atingir os mais jovens. Geralmente a doença se manifesta por meio de sinais, como: ferida que não cicatriza, secreção com forte odor, espessamento ou mudança de cor na pele da glande e presença de nódulos na virilha. Além de uma higiene adequada, as recomendações para prevenir o câncer envolvem  evitar o consumo de bebidas alcoólicas, manter uma dieta saudável, proteger-se do sol e se prevenir de ISTs. Quando diagnosticado tardiamente, o câncer de pênis pode acarretar na amputação do órgão. Números do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Ministério da Saúde apontam que nos últimos dez anos o país atingiu a média de 645 pênis amputados por ano e mais de 6 mil casos de amputação.