Sensibilizados com a tragédia ocorrida em Blumenau na última semana, os vereadores de Urussanga usaram a tribuna da Câmara para manifestar preocupação e sugerir medidas de segurança para as escolas do município. A infraestrutura, a utilização do Parque Municipal Ado Cassetari Vieira e o Rio Urussanga também pautaram os parlamentares na reunião ordinária desta terça-feira, dia 11.

Atenção à Linha Rio Maior

Primeiro a fazer uso da tribuna, o vereador Ademir Bonomi, o Datcho (MDB), pediu mais atenção do Executivo quanto a Linha Rio Maior. O vereador exibiu fotos da igreja de Nossa Senhora do Campos, que está com a escadaria em situação de abandono.

“Ano passado levantei esse assunto e até hoje não foi resolvido. A comunidade pede com urgência que se resolva essa situação, porque já cansou. Dia 9 de julho vai ter a festa e o pessoal não tem onde passar”, afirmou Datcho.

Outro ponto levantado pelo vereador, após ouvir os moradores da Linha Rio Maior, é quanto ao asfalto. Datcho mostrou fotos do pavimento, que não conta com a valeta de concreto nas laterais. Com isso, o asfalto está se deteriorando nas beiradas. “A população está preocupada, porque eles dizem que é um dinheiro nosso que está indo embora ali. É uma obra inacabada. O que não pode acontecer é a comunidade ficar com essa obra mal feita”, exigiu o vereador do MDB.

Parque Municipal com pouco uso

O vereador Elson Roberto Ramos, o Beto Cabeludo (MDB), sugeriu uma melhor utilização do Parque Municipal Ado Cassetari Vieira. Na avaliação dele, o uso do espaço está limitado à Ritorno Alle Origini e à Festa do Vinho, quando outros eventos, inclusive privados, também poderiam ser realizados no local.

“O aluguel é caríssimo, assusta. Nós temos um lindo parque, que é pouco explorado. O Poder Público tem que dar incentivo para as pessoas investirem. Minha sugestão é fazer uma taxa para usar o pavilhão e fazer o evento. São mais pessoas que vão visitar Urussanga e conhecer o nosso vinho, os nossos produtos”, propôs.

O parlamentar avalia que o Parque Municipal pode ser mais utilizado por eventos culturais e musicais. Ele comparou com o Parque das Nações, em Criciúma, onde as pessoas têm o hábito de fazer piquenique, e sugeriu que algo semelhante seja incentivado em Urussanga. “Nós temos árvores, uma paisagem linda”, frisou.

Beto elogiou a organização da Feijuru e parabenizou os organizadores Maninho e Rangel Quaglioto. “Devemos incentivar cada vez mais que pessoas realizem eventos privados”, sugeriu o vereador.

Ao mesmo tempo, Beto lamentou que discussões assim não sejam levadas adiante porque o município tem dificuldade até para resolver demandas mais imediatas. Ele mostrou imagens da rua Octávio de Pelegrin, no Loteamento Carol, cuja pavimentação em lajotas já está em más condições.

“Essa obra já foi uma novela. Os moradores pagaram a lajota. A administração pública só entrou com a drenagem e a mão de obra. A rua não tem nem um ano. No IPTU vem a taxa de conservação do calçamento, mas onde está?” questionou.

Beto pediu mais fiscalização para evitar obras paradas, inadequadas ou de baixa qualidade. “Até quando isso vai acontecer? Quem se responsabiliza pelos erros? Se não tiver um responsável, vai ser essa bagunça toda vida?”, indagou o parlamentar.

Descaso com as pontes de Urussanga

O vereador Luan Varnier (MDB) apresentou na Câmara uma lista de pontes nos bairros Baixada Fluminense, Estação, De Villa, Linha Rio Maior e Rio Carvão Baixo que apresentam problemas. Ele exibiu imagens das estruturas nas comunidades e cobrou melhorias imediatas.

“Daqui a pouco cai, aí não adianta ir para a rede social, fazer vídeo e dizer que está preocupado com a população”, afirmou. Ele também lamentou a falta de soluções mais duradouras. “Em pleno século 21, tem ponte de madeira. Que coisa mais ridícula!”.

Luan cobrou uma ação rápida para melhorar a infraestrutura nos bairros. “Existe o problema. A administração tem equipe e tem a obrigação de resolver o problema da comunidade”, insistiu.

O vereador também usou a tribuna para defender o projeto de lei de número 6/2023, apresentado por ele na semana passada. A proposta torna obrigatória a instalação de câmera de monitoramento de segurança, portão eletrônico e vigilância nas escolas.

“Temos visto um grande problema com criminosos vagabundos entrando nas escolas do nosso Brasil querendo fazer mal para as nossas crianças. Tenho recebido constantemente pedidos de ajuda de pais preocupados com esta situação”, relatou Luan. Ele cobrou do Executivo um estudo para avaliar a realidade de cada escola. A partir disso, segundo ele, deve-se adotar medidas como ampliação de muros, colocação de portão eletrônico, entre outras.

O parlamentar também se disse “decepcionado” com a participação do diretor de Meio Ambiente, Marcio Moreira de Lima, na reunião da Câmara desta terça-feira.
“Ele não estava aqui como convidado. Foi convocado para esclarecer dúvidas de todos os parlamentares, inclusive minhas, que sou o autor do requerimento e fiquei sem respostas”, reclamou.

Luan finalizou a fala reforçando o papel de opositor. “Tem muita gente querendo me derrubar, mas o nosso trabalho continua firme por Urussanga. Não vou mudar o meu posicionamento nunca. O meu compromisso é com a verdade e a honestidade. Quem precisar, pode continuar chamando o Luan que vou seguir trabalhando pela comunidade”, afirmou.

Preocupação com a segurança nas escolas

O vereador Gilson Casagrande (PP) focou todas as atenções na preocupação com a segurança nas escolas. Ele se disse chocado com a tragédia de Blumenau. “Isso jamais deveria acontecer. É das crianças que esperamos o futuro. Tudo isso é lamentável e expresso minhas condolências às famílias”, manifestou o parlamentar.

Na avaliação dele, tornar as escolas mais seguras é um papel das autoridades e de toda a comunidade. Ele pediu leis mais duras no Brasil para punir casos como o de Blumenau. “Os marginais chegam a entrar num banco, imagina em uma sala de aula o que podem fazer. Fazem o que querem. Peço apoio às autoridades que façam mais vigilância durante as aulas. Tudo o que tiver de estranho, vamos ligar para as autoridades”, conclamou Casagrande.

Apoio de Amin para os urussanguenses

O vereador José Carlos José, o Zé Bis (PP), anunciou mais R$ 200 mil indicados pelo senador Esperidião Amin (PP) ao Fundo Municipal de Saúde. “Já somam, em março e abril, R$ 1 milhão, além de outros R$ 300 mil da Ângela Amin. Desde 2017, já são mais de R$ 7 milhões. São pessoas que contribuem muito para o nosso município”, relatou.

Zé Bis também enalteceu o papel de Amin na redução da tarifa de energia para os urussanguenses, projeto iniciado pelo vereador urussanguense. O parlamentar do PP também pediu ao senador, quando este era candidato ao Governo do Estado, apoio para a recuperação do Rio Urussanga e o asfalto na SC-445 de Urussanga a Siderópolis, pelo Rio Caeté. “Infelizmente, ele não foi eleito, mas a luta continua”, disse Zé Bis.

Segundo ele, no que diz respeito ao Rio Urussanga, o projeto que está no Instituto do Meio Ambiente (IMA) só prevê o desassoreamento, e não a limpeza, como Zé Bis defende. “Se a água estiver purificada, acaba o nosso problema da água potável, que vai poder ser usada pelos agricultores. O rio recuperado vai poder melhorar o turismo e muitas outras vantagens”, projetou o vereador.

Zé Bis formalizou ao IMA um pedido de desarquivamento do projeto. “Já fiz contato com entidades e políticos para que possam nos ajudar”, afirmou.

O parlamentar também relatou a participação, no dia 30 de março, do lançamento do ProFor Águas, na Unesc, que trata do fortalecimento dos Comitês de Bacia Hidrográfica do Sul Catarinense, com apoio técnico da universidade.

O vereador elogiou a união dos poderes Executivo e Legislativo em Urussanga, mais a Polícia Militar, para tornar as escolas mais seguras. Para ele, deve-se avaliar a possibilidade de disponibilizar detectores de metais nas escolas.

Bonettinho busca recursos para Urussanga

O vereador Odivaldo Bonetti, o Bonettinho (PP), relatou a agenda de trabalho em Florianópolis na última semana. Acompanhado do deputado estadual Pepê Collaço (PP), Bonettinho esteve no gabinete do presidente da Assembleia Legislativa, Mauro De Nadal (MDB), e no do secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto, buscando recursos para Urussanga.

Na pauta, estavam a luta por apoio financeiro para a Festa do Vinho, investimentos para infraestrutura e para os produtores rurais do município. O secretário municipal de Infraestrutura e Desenvolvimento, Jucemar Sangaletti, também esteve nas agendas.

“O Mauro De Nadal se comprometeu a mandar uma emenda para Urussanga, que pretendo colocar numa área muito importante. Temos que pavimentar onde mais precisa, sem pensar em política. Há lugares onde, quando chove, a Topic do transporte escolar não chega”, defendeu Bonettinho.

Segundo ele, o deputado Pepê Collaço, que está nos primeiros meses de mandato, também deverá ser parceiro de Urussanga, por meio de destinação de recursos que ainda serão definidos.

O programa de Regularização Fundiária Urbana (Reurb) foi outra pauta levantada pro Bonettinho. Ele propôs que Urussanga siga o modelo adotado por Içara, em que a empresa contratada faz o trabalho e o município efetua o pagamento apenas após a entrega das escrituras, mediante análise de técnicos da prefeitura.

“Na minha visão, o nosso Deplan aqui não tem essa capacidade. É difícil até dar conta do que já tem. Pode até ser esse modelo, mas é preciso contratar uma equipe só para o Reurb, senão vai levar a vida inteira”, afirmou.

Bonettinho também sugeriu uma nova mudança no índice de correção anual do IPTU, que já foi o IGP-M e agora é o IPCA. “O ideal é que seja sempre pelo menor índice”, afirmou. Ele deve articular junto ao Executivo essa mudança na legislação municipal.

União pela segurança nas escolas

O vereador e presidente da Câmara, Daniel Moraes, o Nel (PSD), reforçou a necessidade de deixar as diferenças políticas de lado para trabalhar junto ao Executivo na adoção de medidas que reforcem a segurança nas escolas.

“Sendo pai e presidente do Legislativo, me senti revoltado com essa situação, com esse vagabundo. Imediatamente, me reuni com o prefeito e fiquei a tarde toda ali com a secretária de Educação e departamento jurídico para que, juntos, fizéssemos algo enérgico”, afirmou Nel.

O vereador elogiou a ideia nascida das discussões com o Executivo, acerca da criação de vagas de vigilantes nas escolas. Esses postos poderão ser ocupados por militares da reserva, sendo que o município pagará apenas a gratificação. “Cada escola terá um vigilante treinado e especializado. Se não houver pessoal da reserva à disposição, os vigilantes receberão um treinamento”, detalhou.

O projeto deve ser encaminhado pelo Executivo nos próximos dias. Nel também elogiou o projeto de lei apresentado pelo vereador Luan Varnier, que torna obrigatórias algumas dessas medidas. O presidente da Câmara ainda sugeriu a compra de detectores de metais portáteis.

Nel agradeceu o prefeito Gustavo Cancellier (PP) e o vereador licenciado Thiago Mutini (PP), que ajudou a abrir um canal de diálogo. “Para tratar de assuntos assim importantes, estou sempre à disposição para conversar com o prefeito ou quem for. O mais importante é dar segurança para as nossas crianças e tranquilidade para os pais”, afirmou Nel.


Colaboração: Renan Medeiros Amâncio / Assessoria de Imprensa