Urussanga vive um momento delicado na política, o afastamento do prefeito eleito Luis Gustavo Cancellier, por conta da Operação Benedetta. Também há o afastamento de três vereadores por conta da Operação Hera. O prefeito afastado e um dos vereadores, o Odivaldo Bonetti, o Bonettinho (que era o presidente do legislativo) são do Partido Progressista (PP). Houve mudanças consideráveis politicamente para a sigla no município.

A diretoria do Partido Progressista urussanguense, desde o ano passado, tem se manifestado por meio de notas enviadas à imprensa. A Rádio Marconi fez o convite e a atual Presidente do PP de Urussanga, Joariza de Bona Sartor do Amaral, se posicionou, nesta quarta-feira (09), durante o programa Comando Marconi apresentado pelo Joel Bernardo. Um dos assuntos abordados foi sobre os rumos do partido com a recente instauração de Comissão de Investigação e Processante pelo legislativo municipal.

Ouça a entrevista completa no áudio abaixo:

 

Partido fragilizado

A presidente Joariza esteve no estúdio da Rádio Marconi, ela iniciou sua fala destacando que o PP urussanguense está praticamente fragilizado com essa situação. “Mas estamos tentando chegar a um consenso, pois sabemos que há uma divisão. Temos uma ala que defende o afastamento do prefeito Gustavo do partido e outra ala que defende a presença dele na sigla. Em maio haverá a convenção e temos a esperança que haja a resolução deste impasse”, admite a presidente.

Prefeito afastado

“A executiva do PP pensa assim: se o Gustavo pedisse afastamento (do partido) seria uma coisa, mas a gente afastar seria uma coisa injusta, pois ele ainda não foi julgado. Estamos aguardando a decisão da justiça, então a executiva vê dessa forma. Sabemos que muita gente critica dizendo que queremos proteger, mas não é isso. O Gustavo sabe que se ao final for constatado que não é inocente, nós teremos a nossa decisão”, pontuou Joariza do Amaral.

“A gente desconhece o público que votou no prefeito Gustavo Cancellier, não temos condições de saber se quem votou nele é a favor da permanência ou que saia do partido”, ressalta.

Joariza foi indagada sobre a condição de Gustavo Cancellier receber o seu salário enquanto está afastado do cargo. “Eu sei que as críticas são muitas, que não é legal, mas se a lei permite é um direito dele”, opina Joariza.

Comissão de Investigação e Processante 

“Em relação a Comissão Processante envolvendo vereadores da cidade, incluindo o vereador Odivaldo Bonetti, entendemos que há colegas que estão, praticamente, sendo humilhados. A gente entende que a situação não foi para resolver, mas para complicar. Entendemos que muito do que foi falado a polícia já investigou. Temos que acreditar na Justiça. Sabemos que o que ouve com Taliano e o De Bona são crimes que devem ser cobrados, a justiça deve fazer a sua parte e eles devem pagar. Vejo que a justiça é que deve resolver. Não sei se a nossa justiça é a correta ou não, mas é o que temos. Dentro da justiça temos as pessoas que trabalham uma vida inteira e tem o conhecimento. Eles (justiça) levam meses para fazer um julgamento melhor possível. Vejo que a ação da oposição é um direito deles, mas acho que eles tem que pôr um pouco a mão na consciência. Eles tem que ver se estão agindo corretamente diante dos colegas deles ou se acham melhor deixar que a justiça faça isso. Se mais adiante a decisão deles não for a mesma que a justiça? queria saber qual o parecer que vão dar para quem votou nos seus colegas afastados. Acho que devem ver o que estão fazendo e não levar pelo lado da vingança”, comentou Joariza do Amaral. A presidente ainda destacou que não leu os autos sobre o processo envolvendo o Bonettinho (vereador do PP afastado). “O que soube até agora foi sobre uma ligação dizendo que Bonettinho levaria dez por cento. Eu acho o seguinte: não são colegas deles que podem julgar esses casos”, analisou.

Troca de presidente

Joariza faz projeções para o partido e comenta sobre ser a presidente atual do partido. “Na minha opinião eu penso que uma diretoria tem que estar formada meio a meio, para que as duas alas cheguem ao um denominador comum. Porque nós temos dentro do partido, tanto de uma ala quanto de outra, pessoas com capacidade de boas decisões em casos delicados do partido. Eu assumi a presidência depois da desfiliação do presidente anterior. Já falei para a diretoria que eu gostaria que estivesse na presidência uma outra pessoa. Me sinto frágil e incapaz de encarar e seguir em frente com determinadas situações. Por isso, tendo a convecção em maio, entendo que teremos nomes fortes que terão mais desempenho para tomar decisões delicadas dentro do partido. Já comentei que pretendo deixar a presidência, pois preciso resguardar a minha saúde”, diz explica a representante do PP de Urussanga.

Apelo da presidente

A presidente lembrou que já houve muitas baixas de filiados do Partido Progressista de Urussanga. “Pedimos que os filiados aguardem mais um pouco, pelo menos até a convenção, pois tudo isso vai passar. O partido é um partido forte, de pessoas boas. É um pedido que faço, que aguardem mais um pouco se pensam em pedir a desfiliação do PP de Urussanga”, exclama.

Sobre o Nandi como prefeito

“Na época da eleição, na convenção nós fomos felizes em dar o nome de Jair Nandi para ser o vice.  Estamos felizes que o Nandi está tocando o governo. Vemos que ele está muito preocupado em melhorar a cidade. Agora melhor com o apoio financeiro anunciado pelo governo do estado, acredito que para Urussanga vai ser importante. Creio que para qualquer partido o importante é a cidade crescer e progredir”, completa a Presidente do Partido Progressista.

Da Redação / Edi Carlos De Rezende