Dois ex-presidentes do Partido Progressista (PP) de Urussanga emitiram uma nota de descontentamento com o atual cenário político do município ligado a sigla. José Baldessar e Luiz Carlos Zen divulgaram, nesta quinta-feira (21), os seus posicionamentos à reportagem da Rádio Marconi. Na nota, os ex-presidentes expressam o sentimento a respeito da situação observada por eles na bancada executiva e na diretoria do PP.
Nos últimos meses, a repercussão da Operação Benedetta, deflagrada pela Polícia Federal em 20 de maio no qual resultou no afastamento do prefeito Luis Gustavo Cancellier (PP), foi um dos assuntos principais em Urussanga. Em 13 de setembro, a PF emitiu o relatório final da operação indiciando Cancellier e outras 13 pessoas, entre servidores públicos, engenheiros e empresários, por crimes de organização criminosa; desvio de recursos, extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento; falsidade ideológica e peculato (leia mais aqui).
No dia 21 de setembro, a Câmara de Vereadores votou para a abertura da Comissão Processante para analisar o pedido de cassação de mandato de Cancellier. A instauração da CP foi rejeitada por cinco votos a quatro, sendo que eram necessários no mínimo seis votos a favor. Desde então, algumas lideranças do PP anunciaram a sua desfiliação e o descontentamento com a sigla.
Confira a nota na íntegra a seguir:
NOTA DE DESCONTENTAMENTO
A presente nota tem o objetivo de externar o sentimento de algumas lideranças políticas que sempre militaram com muito orgulho de ser 11, ante a falta de respeito com o que vem ocorrendo na atual executiva e bancada de vereadores do partido Progressista de Urussanga.
Esses ditos “comandantes” do partido se acham acima de tudo e de todos, não respeitando o diretório municipal, e não promovendo reuniões para darem a devida satisfação aos seus membros e comunidade, sobre o que vem ocorrendo no município.
O PP de Urussanga é uma instituição que merece respeito, visto que nas últimas 5 eleições ocorridas no município, foi vencedor em 4 delas. Por isso, roga por respeito com os eleitores e lideranças.
As desfiliações dentro da instituição tem se multiplicado, boa parte pelo sentimento de revolta, pois, ano após ano os ditos “DONOS DO PARTIDO” desconsideram a longa história de luta política do PARTIDO PROGRESSISTA 11 no Município de Urussanga.
A falta de união em torno do partido, trará danos irreparáveis à história desta instituição. Não podemos deixar o descontentamento se arraigar. No sentimento do eleitor, fatos semelhantes já ocorreram em época não tão distante, obrigando o partido à reconstrução, praticamente do zero. É graças a um grupo de abnegados partidários, que hoje são esquecidos por esses ditos “comandantes”, que o PP se tornou o maior partido político de Urussanga.
A eleição do novo diretório e executiva precisa acontecer em novembro/2021 pois o prazo da vigência dos cargos é de dois anos, mas o que esse grupo que se intitula “dono do partido” está tentando é a prorrogação para 2022, para que membros que estão respondendo a processos na justiça, continuem acomodados na instituição.
É imprescindível que haja a união do partido, privilegiando o entendimento do diretório e da executiva, evitando interferências que busquem privilegiar interesses próprios, e que acabam por desconsiderar a vontade da maioria do partido. Faz-se necessário o licenciamento IMEDIATO das autoridades que estão sendo investigadas, retirando o partido da nebulosa situação vivenciada.
Não prejulgamos, não condenamos, mas novamente reforçamos que o partido está acima de interesses particulares e que a insistência está prejudicando a imagem de tão respeitada instituição. Nos últimos 20 anos o PP de Urussanga teve 5 presidentes, sendo que 3 se desfiliaram recentemente, e 2 estão buscando entendimento.
Divergências são salutares e benéficas ao processo democrático, por isso se faz necessário o diálogo.
Acreditamos na união e no fortalecimento do Partido Progressista.
Somos 11
José Baldessar e Luiz Carlos Zen
Ex-presidentes do Partido Progressista de Urussanga
O ex-presidente do PP, Geraldo Fornasa, também emitiu seu descontentamento com o partido na semana da votação da CP. Confira na íntegra a entrevista acessando abaixo:
No dia 29 de setembro, Luis Gustavo Cancellier concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Marconi. Foi a primeira vez que o prefeito afastado apresentou a sua versão à imprensa após 20 de maio, quando a PF deflagrou a operação. Confira também na íntegra a seguir:
Prefeito afastado afirma que a PF foi equivocada e que Comissão Processante seria golpe político
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