A Comissão de Investigação e Processante (CIP) contra o prefeito de Urussanga, Luis Gustavo Cancellier (PP), possui novos desdobramentos, tanto na prefeitura quanto na Câmara de Vereadores. Nesta quarta-feira, dia 13, os ouvintes da Rádio Marconi souberam novas informações sobre a política urussanguense por causa das entrevistas de Cancellier e do presidente da CIP, vereador Fabiano Murialdo De Bona (PSDB). De Bona disse que participou de uma reunião com o prefeito e com o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae), Edson Manoel, já que ele além de vereador também é servidor público da pasta. A reunião foi realizada ontem, dia 12, e segundo Fabiano, durou mais de quatro horas. O vereador afirmou que se sente perseguido enquanto servidor para que vote contra a possível cassação de mandato do prefeito.

Já Cancellier afirmou que existe uma denúncia no Ministério Público de Santa Catarina contra o vice-prefeito, Jair Nandi (PSD), e contra a ex-diretora do Samae, Magaly Bonetti. Isso porque eles estariam postergando a sindicância contra Fabiano dentro do Samae em troca de voto favorável a cassação do prefeito. Fabiano foi indiciado pela Polícia Civil por peculato por ter utilizado a retroescavadeira do Samae para assuntos particulares, no qual originou a Operação Hera (leia mais aqui). A reportagem entrou em contato com a assessoria do MP para confirmar a alegação de Cancellier. A assessoria do MP disse que está verificando com a promotoria para mais esclarecimentos à Rádio Marconi.

Fabiano citou que várias pessoas tentaram convencê-lo a votar contra a abertura da CIP do prefeito e de sua abertura, em todas as vezes que o assunto foi discutido na Câmara desde agosto do ano passado. Entre essas pessoas, De Bona comentou sobre a presidente do PSDB estadual, Geovania de Sá; o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro; Marcos Silveira, que já foi vereador e Secretário de Saúde de Urussanga e outras pessoas. Fabiano disse que esses envolvidos tentaram convencer ele, prometendo possíveis cargos políticos a nível estadual.

Ouça a entrevista completa com Fabiano para o programa Comando Marconi:

 

A sindicância contra Fabiano no Samae foi aberta recentemente com a volta de Cancellier ao cargo após um ano afastado por causa da Operação Benedetta. O vereador afirmou que isso se trata de perseguição política. No entanto, Cancellier justificou que o processo foi aberto porque o Nandi e Magaly postergaram as investigações por causa do voto da CIP, e que esse foi o motivo da reunião entre eles na tarde de ontem. O prefeito também deu entrevista ao programa Comando Marconi e falou sobre o assunto. Confira na íntegra:

 

Procurada pela reportagem da Rádio Marconi, a ex-diretora do Samae, a Magaly, afirmou que houve distorção de informação por parte do prefeito. Magaly disse que possui certeza que a denúncia no MP contra ela e Nandi se trata de uma denúncia anônima ao Ministério Público, mas que não recebeu intimação referente a isso. Magaly quer dar uma entrevista para falar mais sobre o assunto. Acompanhe nesta quinta-feira, dia 14, o Comando Marconi, a partir das 7 horas. O vice Nandi afirmou que irá se inteirar sobre o assunto antes de se pronunciar.

CIP do prefeito

Nesta sexta-feira, dia 15, a comissão irá votar se segue com as investigações ou se arquivam o caso. Cancellier apresentou a sua defesa na última segunda, dia 11, no qual a CIP tem o prazo de cinco dias para votar a continuidade ou não do processo. Fabiano afirmou que o membro da comissão, vereador Odivaldo Bonetti (PP), pediu vistas do relatório produzido por Luan Varnier (MDB).