O aparecimento do Alzheimer pode ser minimizado com hábitos de vida saudáveis. De acordo com diretor de defesa profissional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), doutor Paulo Borges, toda a população pode desenvolver demências ao envelhecer. No entanto, uma alimentação saudável, a prática de atividades físicas e o bom relacionamento social são alguns fatores que podem retardar o aparecimento da doença. O dia 21 de setembro é a data que serve para reforçar a conscientização sobre o Alzheimer. O assunto foi destaque em entrevista no Ponto de Encontro com o doutor Paulo. Entenda mais:

 

O doutor explica que a doença pode gerar outras dificuldades para os pacientes. “Ele começa a perceber que está tendo alguns déficits de cognição, principalmente de memória, de orientação, isso gera uma ansiedade, uma depressão, porque ele está vendo que está indo por um caminho ruim”, ressalta. “Ela é evolutiva, progressiva, degenerativa, não tem retorno. Quando ela vai progredindo, os pacientes começam a perder a noção”, completa. Borges ainda destaca sobre as dificuldades que os cuidadores também têm, já que, no Brasil, é comum que os próprios familiares cuidem da pessoa.

O especialista esclarece que o Alzheimer pode ser dividido em duas partes: a primeira está relacionada a demência. “Seria o paciente perder a noção de memória atual, perder a noção de onde ele se encontra, a desorientação, tanto espacial quanto temporal”, comenta. Já a segunda parte envolve os sintomas comportamentais. “São pacientes que não dormem, são pacientes que ficam perambulando, vagueando, ficam de noite andando, são pacientes que gritam dia e noite, chamam dia e noite o cuidador”, ressalta. Desta forma, são dois tipos de sintomatologia: a própria da doença e a do desenvolvimento da doença.

Borges frisa que não há cura para o Alzheimer. “Os neurônios vão morrendo, então ela é evolutiva e não tem volta. Além do tratamento não farmacológico, que são medidas de mudança de estilo de vida, o tratamento passa a ser farmacológico”, explica “Elas não visam a cura, mas elas visam, por exemplo, amenizar os sintomas e fazer com que os sintomas mais graves, quando vierem a aparecer, sejam mais no futuro, demorem mais para chegar”, acrescenta.

A SBGG

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil, sem fins lucrativos, que tem como objetivo principal congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento. Além disso, visa promover o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus associados.

A SBGG é composta por Seções na maioria dos estados da federação e é filada à Associação Médica Brasileira (AMB) e à Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria (International Association of Gerontology and Geriatrics – IAGG).