A temporada de pesca artesanal da tainha vai começar este ano 15 dias mais cedo em Santa Catarina, dia 1º de maio. A liberação do defeso, no ano passado, foi de 15 de maio a 31 de junho.

No início deste ano, Laguna participou das articulações para liberação. Concretizada com a ida até o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Borges Maggi, que esteve em Itajaí.

Este período, antes da liberação da pesca industrial, dá esperanças aos pescadores de pequenas redes, tarrafas e menores embarcações capturarem o peixe, anterior aos grandes barcos industriais carregados de tecnologia.

O engenheiro de Pesca, Patrick de Souza, do departamento municipal de Pesca, explica a importância da alteração. “Os nossos pescadores terão maior prazo para capturar o peixe, antes dos barcos pesqueiros, que aprendem a tainha e elas acabam nem chegando até o nosso litoral”, descreve.

Parlamentares, como o deputado na época Luiz Fernando Vampiro, e presidente do Sindicato dos Pescadores da Região Lagunar Sul, Gilberto Fernandes da Silva, também estiveram com o ministro.

Foto: Marco Bocão/Decom

Tainha na rede

A pesca da tainha começa com a chegada do frio, quando os cardumes vêm em busca de águas mais quentes. Os pontos de partidas são o litoral do Rio Grande do Sul e a bacia do Rio da Prata, entre Uruguai e Argentina, grandes berçários do peixe.

Mais de 50% dos cardumes não costumam chegar até o Rio de Janeiro, acabam nas redes dos pescadores catarinenses. As tainhas são vistas em cardumes, pois é uma característica da fecundação, onde as fêmeas lançam os óvulos no mar e se encontram com os espermatozóides por acaso, por isso, elas nadam tão juntas.

No ano passado, na praia do Farol de Santa Marta, em Laguna, em um único dia foram capturadas cerca de 40 toneladas de peixes em um só lance de rede. A expectativa sete ano é de capturar mais de 2 mil toneladas de peixe até o fim da safra.

Além dos costões, a tainha poderá ser capturada tradicionalmente nos Molhes da Barra, onde pescadores e botos ficam na espera. O vento sul soprando ajuda na entrada do peixe no canal. Tarrafas com mais de 80 peixes podem ser vistas sendo tiradas da água para felicidade dos pescadores e turistas. O preço da tainha chega a custar de R$ 10 até R$ 15, dependendo do tamanho e peso. Caso seja ovada é mais cara, considerada uma iguaria na mesa dos lagunenses.

Em Santa Catarina, a captura industrial só pode ocorrer a partir de 5 milhas da costa. A artesanal ocupa desde a praia até três milhas mar adentro. As limitações foram impostas, após um acordo com o Ministério Público Federal, numa tentativa de proteger a espécie.

Colaboração: Comunicação Governo do Município de Laguna

Foto: Marco Bocão/Decom