Por conta da responsabilidade fiscal, a prefeitura de Urussanga não poderá fazer um aporte financeiro extra ao Hospital Nossa Senhora da Conceição. O assunto repercutiu na semana passada, no qual a nova diretoria do hospital informou que poderá renunciar caso não se chegue a um acordo. Em entrevista, a prefeita Stela Talamini (MDB) reforçou o que foi divulgado, através de nota a imprensa, na última sexta-feira, dia 25. “Hoje a prefeitura de Urussanga repassa todo mês R$ 200 mil para o hospital através de um convênio que a gente firmou no começo deste ano”, explicou. O aporte extra solicitado pelo hospital requer mais R$ 40 mil mensais, além do pagamento do 13° salário dos colaboradores. “Todo esse aumento precisa ser previsto dentro do orçamento do ano anterior, conforme manda a lei. Infelizmente, a gente não pode fazer uma alteração agora por questão de responsabilidade fiscal. A gente tem que agir com os pés muito no chão, até porque o dinheiro público tem que ser respeitado”, acrescentou.

A prefeita Stela ainda afirmou que, além dos R$ 200 mil, a prefeitura também auxilia o hospital de outras formas. “A prefeitura também compra serviços. Isso foi algo que nós também firmamos junto à diretoria do hospital. Muitos serviços estavam sendo comprados fora. Então, nós firmamos esse compromisso dentro daquilo que o hospital oferece, de consultas e de exames de imagens, que a prefeitura compre aqui e que fique aqui”, comentou. A prefeita também abordou sobre a possibilidade de renúncia da diretoria da instituição. “Nós ficamos tristes, eu sei que muitos que estão ali têm um trabalho voluntário, mas se entenderem que não é possível manter ou continuar ajudando o hospital, não vai faltar da nossa parte poder articular e buscar junto a alguma empresa que possa atender o hospital para que ele não deixe de oferecer serviços. Não é a prefeitura que vai administrar, mas não vai faltar da nossa parte articulação para que isso aconteça e que o hospital também continue oferecendo serviços para a população”, destacou.

Esse e outros assuntos foram abordados com mais detalhes em entrevista no programa Comando Marconi com a prefeita Stela. Ouça e entenda mais na íntegra:

 

Sindicância na saúde

A prefeita Stela contou sobre o andamento da sindicância que visa apurar suposto caso de fura-fila na saúde de Urussanga. “Ela foi encerrada, eu recebi no final da semana passada o relatório, todo o processo, bastante extenso. Nós, enquanto gestores, temos 20 dias para analisar toda essa documentação, junto com a assessoria jurídica da prefeitura, e para fazer os encaminhamentos devidos”, disse. Conforme a Chefe do Executivo, a sindicância “apontou indícios de possíveis inconsistências no trâmite regular de atendimento no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde’. “A própria comissão da sindicância sugere a instauração de processos administrativos disciplinares em relação a alguns servidores, quatro servidores, sendo que dois são ex-servidores. E o próprio Ministério Público, antes do processo se findar, ele já havia me solicitando que assim que ele fosse concluído, que nós também remetêssemos ao Ministério Público o processo”, esclareceu.

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Parceria da prefeitura com laboratórios

A renovação da parceria da prefeitura com laboratórios de exames também foi mencionada pela prefeita Stela em entrevista. Stela explicou que os laboratórios possuíam contrato com a administração até o dia 28 de fevereiro. De quatro laboratórios, apenas um realizou a renovação do contrato. “Bom, nesse meio tempo, no mês de março, estava encaminhado para a Câmara de Vereadores um Projeto de Lei para permitir aumento de repasse a mais para os laboratórios, porque segundo eles há algum tempo esse repasse não acontece, estão com valores defasados. Então foi encaminhado o projeto, que foi aprovado”, afirmou.

Com orientação jurídica, a prefeitura solicitou para que os laboratórios, que não haviam renovado o contrato, realizassem um estudo do déficit financeiro. “Isso foi marcado uma data, me parece que agora é dia 30 de abril, para poder garantir, porque a prefeitura está repassando um aumento, que a princípio ficou em torno de 12%, então é uma garantia jurídica que a prefeitura precisa. Então, apresentando esse documento, esse estudo, é firmado o contrato, o convênio novamente com aqueles que não foram feitos, e a vida que segue”, garantiu.