Sejam em animais do campo ou os domesticados, os parasitas transmitem doenças e causam diversos problemas, principalmente os carrapatos e as pulgas. Nos bovinos, por exemplo, os carrapatos podem prejudicar a saúde do animal, gerando inclusive prejuízos econômicos para os produtores. De acordo com a médica veterinária Brenda Lagarreta, da Agropet Dandolini, o carrapato precisa de dois fatores para se desenvolver: um animal e um solo quente e úmido.

Conforme a especialista, o ciclo do carrapato inicia já enquanto ainda é larva. “A larva infecta o bovino e fica lá se desenvolvendo durante 21 dias, se alimentando do sangue do boi. Depois que a fêmea se alimentou, que ela está cheia de sangue, ela volta para o solo e coloca seus ovos, sendo cerca de 5 mil ovos cada fêmea”, explica. “Depois disso, se transforma em larva e aí o ciclo recomeça. Por isso, é tão importante o controle, porque é um parasita que se desenvolve, se reproduz muito rápido e em uma escala muito grande”, acrescenta a veterinária.

Por serem parasitas que se alimentam de sangue, os carrapatos transmitem doenças. “Podem causar anemia por estar se alimentando de sangue, tirando o sangue desse bovino, as lesões da pele, porque o carrapato fica realmente grudado ali, a perda de peso, consequência, e também a queda na produção de leite para aquelas vacas leiteiras”, comenta. O assunto foi destaque em entrevista ao programa Ponto de Encontro com a doutora Brenda. Ouça na íntegra:

 

Além disso, também existe uma relação dos carrapatos com a tristeza parasitária. “Essa é uma doença que a gente recebe muito lá na loja. É aquele animal que fica com falta de apetite, é apático, pelo arrepiado, com febre, aquela mucosa, gengiva branca ou amarelada”, conta. “A tristeza é uma combinação, na verdade, de duas doenças, que é a Babesiose e a Anaplasmose. Ambas são transmitidas pelo carrapato dos bovinos e são muito comuns em locais que têm infestação, sendo que nos animais mais jovens, nos bezerros, é uma doença que muitas vezes passa batido, muitas vezes o animal nem apresenta nenhum sinal. Nos adultos, a tristeza pode levar até a morte se não for tratada rapidamente”, esclarece Brenda.

Além dos animais de campo, um outro parasita que incomoda os animais domésticos, como os cães e gatos, é a pulga. Conforme Brenda, assim como os carrapatos, as pulgas também se alimentam do sangue dos animais. “São muito conhecidas pela sua grande capacidade de saltar. Então, isso permite que elas pulem de um animal para o outro, se espalhando muito fácil”, destaca. “Elas afetam a saúde dos cães, podendo causar coceiras intensas, principalmente as mordidas e lambeduras que levam à perda de pelo e às alergias”, complementa. Além disso, as pulgas geram a agitação do animal, estresse e o desconforto.

O melhor método para evitar as pulgas nos animais é a utilização de antiparasitários. Segundo a veterinária, há opções orais e também tópicas, ou seja, as pipetas utilizadas no dorso do animal. Além disso, é possível também usar as coleiras antipulgas, que são opções com maior duração, principalmente para os animais que vivem em locais maiores, como fazendas. Conforme Brenda, além da prevenção do animal em si, os tutores também devem ficar atentos aos cuidados com o ambiente externo. Aspirar o chão e sofás, por exemplo, além de fazer a limpeza com produtos antipulgas, são métodos indicados para a prevenção.

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