Depois de uma série de adiamentos, foi lançado nesta quinta-feira, a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGCD). O lançamento inicial estava previsto para o dia 21 de março, mas foi adiando diversas vezes em razão de uma greve de trabalhadores no país vizinho.O lançamento ocorreu às 19 h desta quinta-feira..

O SGCD é o primeiro satélite dedicado a comunicações militares exclusivamente brasileiro, fruto de um investimento do governo estimado mais recentemente em R$ 2,1 bilhões — incluindo os custos com a infraestrutura terrestre, lançamento e operação — por meio dos então ministérios das Comunicações (MC), Defesa (MD) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Ele foi construído pela empresa francesa Thales Alenia Space em contrato com a Visiona, uma joint-venture entre a Telebras e a Embraer criada especialmente para este fim, num projeto que previa transferência de tecnologia para a construção de um segundo satélite do tipo aqui no Brasil, a ser lançado possivelmente em 2020.

O equipamento foi levado ao espaço a bordo de um foguete Ariane-5 junto com o Koreasat 7, satélite de comunicações coreano.

O SGCD vai operar na chamada banda X, uma faixa de frequência destinada exclusivamente ao uso militar, correspondendo a 25% da capacidade total do satélite. O restante, na banda civil Ka, estava previsto para ajudar na implantação do programa Banda Larga para Todos, com o qual o governo pretende levar acesso à internet em alta velocidade para regiões remotas do país, como a Amazônia.

Hoje, as comunicações militares brasileiras são realizadas por meio do aluguel da banda X em dois satélites privados, ao custo anual de R$ 13 milhões. Quando o SGDC começar a operar, o Ministério da Defesa informou pretender manter apenas um desses contratos, como garantia em caso de possíveis falhas no SGDC.