Estima-se que as doenças inflamatórias intestinais (DIIs) acometam mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando principalmente adolescentes e adultos jovens. Essas enfermidades, cujas principais formas são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, têm como característica comum a inflamação do trato gastrointestinal, que pode comprometer qualquer segmento, da boca ao ânus. Dados obtidos com exclusividade pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), em parceria com o Ministério da Saúde, revelam que, nos últimos dez anos, ocorreram mais de 170 mil internações relacionadas às DIIs, representando um aumento de 61%.

No dia 19 de maio é celebrado o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). Durante o Maio Roxo, campanha dedicada à conscientização sobre essas doenças, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia reforça a importância do diagnóstico e do tratamento precoces. Ao longo do mês, publicações e vídeos nas redes sociais (@portaldacoloproctologia) esclarecem sobre as principais dúvidas relacionadas às DIIs.

As DIIs ainda não têm suas causas totalmente esclarecidas, mas acredita-se que sejam multifatoriais, envolvendo fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Sabe-se, porém, que o tabagismo é um fator comprovado de agravamento da doença de Crohn. “Como as doenças inflamatórias intestinais são condições crônicas, ou seja, ainda não foi descoberta uma cura definitiva, nosso objetivo é alertar para a importância do diagnóstico precoce e em seguida do tratamento adequado, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente e até mesmo remissão dos sintomas”, aponta o doutor Sergio Alonso Araújo, presidente da SBCP.

Sintomas

  • Entre os sintomas comuns das DIIs estão:
  • Diarreia crônica (podendo haver sangue, muco ou pus);
  • Dor abdominal;
  • Urgência evacuatória;
  • Falta de apetite;
  • Cansaço;
  • Perda de peso.

Em casos mais graves, os pacientes podem apresentar ainda: anemia, febre, distensão abdominal. “Além dos sintomas típicos gastrointestinais, as doenças inflamatórias intestinais podem trazer um conjunto de manifestações extraintestinais, isto é, que atingem outros órgãos. Entre eles, os sintomas articulares, como artrites; dermatológicas, como dermatites e piodermas; e oftalmológicas, principalmente as uveítes, são as mais comuns neste grupo”, explica doutor Lucas de Araujo Horcel, membro da SBCP. Mas, apesar de terem como característica principal a inflamação do trato gastrointestinal, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa possuem algumas diferenças:

Doença de CrohnRetocolite ulcerativa
Pode atingir da boca até o ânus, sendo mais comum no intestino delgado, colón e região perianal.Acomete o intestino grosso (cólon e reto).
A inflamação pode atingir todas as camadas intestinais (mucosa, submucosa, muscular e serosa).Apenas a camada mais superficial que reveste o intestino (mucosa) fica inflamada.

O programa Ponto de Encontro abordou mais sobre o tema em entrevista com a doutora Polyanna Borges, membro da SBCP. Ouça mais:

 

Internações por DIIs

Levantamento realizado com exclusividade pela SBCP com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde aponta que de 2015 a fevereiro de 2025 foram registradas 173.886 internações motivadas por doenças inflamatórias intestinais. São Paulo (25.175), Maranhão (19.130), Minas Gerais (15.850) e Rio Grande do Sul (11.951) são os estados com maior número de internações.

Colaboração: Vithal Comunicação Integrada