Um desastre natural que devastou um país e forçou milhares de pessoas a buscarem um recomeço em outro lugar do mundo. Assim foi o terremoto de grandes proporções que atingiu o Haiti em 2010, destruindo milhares de vidas e levando a um colapso social e econômico, que trouxe muitos imigrantes haitianos para o Brasil. O retrato de algumas histórias dessas pessoas que moram no Sul de Santa Catarina, é o foco de um novo documentário que será lançado ainda em outubro.
Produzido na cidade de Urussanga com recursos da Lei Paulo Gustavo, o audiovisual intitulado “Imigran” conta a vida de alguns imigrantes haitianos que vivem no município. A narrativa envolve a trajetória de dez haitianos. Nos relatos, eles trazem as memórias de quando chegaram em busca de trabalho e paz, a vivência do dia a dia e as perspectivas para o futuro. O programa Ponto de Encontro abordou mais sobre a produção do documentário com os representantes do projeto, Vanessa Lopes e Luciano Giordani Schimidtz. Ouça na íntegra:
Parte 01
Parte 02
A ideia de fazer um documentário sobre a imigração de haitianos partiu de Luciano. “Desde que os haitianos começaram a chegar em Urussanga, eu via eles passando pela rua e conversando na língua deles, e aquilo me despertou uma curiosidade, achava aquela língua bonita, diferente”, conta. Luciano, que faz produções audiovisuais para o seu canal no YouTube, pensou em abordar sobre o tema. “Nisso, saiu o edital da Lei Paulo Gustavo, eu conversei com a Vanessa a respeito, conversei com o Danilo Anastácio e a gente colocou esse projeto. Foi aprovado, felizmente, e aí, ao invés de eu fazer uma produção que seria uma coisa mais amadora, uma coisa mais pessoal, felizmente com isso eu consegui que essa minha ideia virasse um filme profissional”, complementa.
Durante as conversas, os entrevistados contaram os motivos que os fizeram imigrar. “A principal causa da migração é a violência. Todos eles disseram que saíram do Haiti fugindo da violência, que é uma coisa epidêmica lá, tristeza, realmente. Muitos gostariam de voltar para lá, gostariam de ter continuado lá, mas é impossível, segundo eles, viver com segurança, e eles dizem que aqui, no Brasil, é muito tranquilo”, conta Luciano. “Conheci pessoas muito legais que eu nem imaginava que eu poderia conhecer e que eu nem imaginava que estariam vivendo em Urussanga”, afirma Vanessa. “Eles são muito gratos por essa oportunidade, só que tem uma coisa, a gente não fica conhecendo muito eles porque eles são muito tímidos e discretos”, acrescenta.
O documentário revela esses retratos de vida entrelaçando as alegrias, tristezas e esperanças. Com classificação indicativa livre e duração de até 30 minutos, o audiovisual terá medidas de acessibilidade com legendas em português e descritiva. Escolas da rede de ensino municipal e estadual serão contempladas com sessões de pré-estreia entre os dias 21 e 25 de outubro. O lançamento oficial aberto ao público de forma gratuita acontecerá durante a mostra de cinema “Cine Goethe”, que será realizada em Urussanga entre os dias 23 e 26 de outubro, na estação de trem da cidade. A exibição de “Imigran” será no dia 26, às 20h15. A partir de 2025, o conteúdo estará disponível gratuitamente na plataforma YouTube através do canal @independente_cultura.
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