Todas as pessoas necessitam dormir bem para garantir uma boa qualidade de vida, seja física ou mental. Segundo o doutor Gabriel Seemann De Abreu, da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Urussanga, o sono depende de diversos fatores. Entre as exigências estão a quantidade de horas mínimas, sendo que, geralmente, pessoas mais novas dormem mais do que as mais velhas; a profundidade do sono, ou seja, há pessoas que dormem uma quantidade de horas, mas não chegam ao sono profundo, acordando várias vezes durante à noite; além de ter uma rotina adequada antes do sono.
Para o especialista, a insônia é um fator complexo. “A gente tem situações clínicas que podem atrapalhar, como, por exemplo, algumas alterações endócrinas, dor crônica, é uma coisa que incomoda muito para dormir, obesidade. A gente tem distúrbios propriamente do sono, como a apneia do sono, que às vezes pode ser um problema bucal, um problema do nariz, um problema na garganta. Tem a síndrome das pernas inquietas, que a pessoa não consegue ficar parada à noite, ela precisa se levantar e se mexer, porque as pernas não conseguem ficar paradas. Existem as causas psiquiátricas também, como ansiedade, depressão, bipolaridade. E existe, às vezes, o uso de substâncias e medicações, então, por exemplo, o uso de cafeína à noite é uma coisa que pode atrapalhar o sono, o uso de álcool atrapalha muito o sono, medicações que muitas vezes são prescritas como os corticoides, às vezes para inflamação, para dores, também podem atrapalhar o sono”, exemplifica Gabriel.
O doutor ainda cita hábitos que prejudicam a rotina do sono, como a prática de exercícios físicos pouco tempo antes de ir dormir, comer muito e fazer o uso de telas. O assunto foi abordado com mais detalhes em entrevista com o doutor Gabriel no programa Ponto de Encontro. O vice-presidente da associação, Clézio Freccia, também participou da conversa e falou mais sobre os serviços da associação. Confira:
Gabriel ressalta, porém, que nem toda a dificuldade para dormir é uma doença. Há casos específicos, por exemplo, que a pessoa pode ter dificuldades para dormir por conta de uma situação. É o caso de uma viagem importante ou de outros compromissos que a pessoa tem. “É relativamente natural, é fisiológico que eu fique ansioso. Agora, se isso é uma coisa que perdura, que persiste durante muitos dias, e muitas vezes eu não tenho um motivo para ficar ansioso e não dormir, isso pode ser sim uma doença”, alerta. No entanto, no caso de uma viagem ou evento importante, é natural que a pessoa fique ansiosa. “Mas, usualmente, se for uma pessoa que não tem nenhum distúrbio do sono, ela vai voltar a dormir naturalmente e isso vai passar”, reforça.
Um dos pilares do tratamento da saúde mental é estabelecer um sono adequado. Conforme o doutor Gabriel, é durante o sono que as pessoas diminuem a inflamação do cérebro. “É como se a gente lavasse, entre aspas, as sujeitas do cérebro que surgem durante o dia”, afirma. “A gente precisa de um sono para ter um dia a dia bom, e os pacientes que acabam não dormindo, eles ficam mais irritados, eles ficam mais ansiosos. Uma coisa que eu percebo, por exemplo, algum dia que eu não durmo também, eu fico menos suscetível, eu fico menos tolerável a estressores”, comenta. “Geralmente, a insônia é secundária, o que isso quer dizer? Ela é secundária a algum problema de saúde. A gente usa a medicação para dormir quando o paciente acaba tendo mais prejuízo durante a vida dele se ele não utiliza a medicação. Então, a gente coloca em uma balança: poxa, se esse cara não dormir, ele vai ficar muito ruim. Se eu der a medicação, pode ser que ele tenha alguns efeitos colaterais, mas o risco e o benefício precisam compensar para o paciente. A medicação é uma coisa que a gente tenta evitar, especialmente a medicação para dormir”, acrescenta.
Clínica da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Urussanga
O doutor Gabriel atende na clínica da associação, que conta ainda com outros sete especialistas em outras áreas. De acordo com o vice-presidente Clézio, a clínica atende aposentados e não aposentados. No caso do aposentado, a mensalidade é 1% do salário da pessoa, que é descontado direto na folha do INSS. Os não aposentados também podem contar com os serviços da associação. “A gente chama de associado de balcão. Hoje a mensalidade do associado de balcão, que não é aposentado, ele paga R$ 30,00 por mês e tem o mesmo benefício que o aposentado”, explica Freccia. Uma das novidades para o mês de abril é a reinauguração da clínica reformada. Conforme Clézio, os trabalhos seguem e a previsão é reinaugurar o local a partir da segunda quinzena de abril.