As mais de dez toneladas de pêssego para vender foram o início de tudo. Nos anos 90, os dois irmãos ainda não possuíam a estrutura suficiente para armazenar todas as frutas que cultivavam. Com a necessidade de vender os pêssegos maduros para evitar prejuízos, Rosinei e Rozemar Sebastião decidiram, junto com suas esposas, venderem os frutos em Urussanga. As mulheres ficaram em uma barraca montada, no improviso, ao lado do trevo no bairro Da Estação. Já os irmãos foram para Criciúma vender o restante das frutas. Quando Rosinei e Rozemar voltaram da cidade vizinha, perceberam a barraca onde as mulheres ficaram já desmontada. O motivo? Em poucas horas, todos os pêssegos foram vendidos. Com o sucesso de vendas no primeiro dia, os irmãos passaram a montar a barraca improvisada no trevo principal da cidade. A partir daquele momento se iniciava a história da Barraca do Taliano.

Com o passar do tempo, mais produtos começaram a ser vendidos pelos irmãos na barraca. O sucesso aconteceu aos poucos, com a construção de um espaço três por quatro metros. O grande diferencial da barraca passou a ser a coxinha, feita pela esposa de Rosinei, a Rita, junto com o tradicional caldo de cana. Conforme Rosinei, eram fritas de 20 a 30 coxinhas para vender, que acabavam em poucas horas. “O pessoal começou a cobrar que era para ter mais, aí foi onde nós fomos aumentando o negócio, aumentando a potência, e hoje a potência que é a Barraca do Taliano é uma loucura”, conta.

Em 27 anos, o sucesso foi tanto que duas Barracas do Taliano marcaram a cidade de Urussanga: a do Bairro da Estação e a do Centro. Das 30 coxinhas vendidas por dia, a Barraca do Taliano já chegou a vender 40 mil salgados por mês. Mesmo com a variedade de salgados e bebidas, o diferencial da barraca ainda continua sendo a coxinha e o caldo de cana. É difícil encontrar uma família de Urussanga que não parou uma única vez no trevo Da Estação para lanchar com os familiares, amigos ou colegas de trabalho.

A paixão pelo trabalho foi passada na família, na qual a filha de Rosinei, a Rosana Sebastião, começou a ajudar na lanchonete ainda criança. Já adulta, passou a gerir a barraca Da Estação. No último ano, a Barraca do Taliano no Centro, até então administrada por Rozemar, foi vendida para o casal Franck De Nez Michels e Samira dos Santos Michels, e depois arrendada para Gustavo Felippe. O assunto foi destaque em entrevista no programa Ponto de Encontro com Rosinei e Rosana. Ouça na íntegra:

Parte 01

 

Parte 02

 

O nome Taliano também possui o seu significado. Rosinei conta que tem a ver com a forma com que ele e seu irmão falavam. Na época, com sotaque do interior, as pessoas diziam “Lá vem os Talianos”, referindo-se aos irmãos.

Encerramento de um ciclo

Após 27 anos, a família Sebastião, Rosinei, Rita e Rosana, encerram um ciclo. A Barraca do Taliano, Da Estação, estará também sob a administração de Gustavo Felippe. A família pretende abraçar novos projetos e, sobretudo, descansar junto com os filhos e netos, aproveitando mais a vida. Além disso, Rosinei pretende se dedicar as suas próprias produções, principalmente de uva e de outras frutas. Confira:

 

Sob nova administração, a Barra do Taliano continuará se chamando assim. Além disso, a família ainda abastecerá a lanchonete com os seus salgados e caldo de cana.