O outono já começou e a cada dia o inverno se aproxima. A época de dias mais frios faz com que as pessoas fiquem mais suscetíveis a gripes e resfriados. É nessa época também que o governo promove campanhas de vacinação contra a gripe. De acordo com a médica alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP), doutora Paula Natassya Argolo, é importante saber diferenciar a gripe de um resfriado. O resfriado é o mais comum, sendo que esses quadros são registrados ao longo do ano. Ele causa sintomas mais leves, como nariz escorrendo, afetando a garganta, e no máximo uma febre baixa. Já a gripe afeta mais, tendo febre, dores no corpo, na cabeça e na garganta, tosse, calafrio, falta de apetite e outros sintomas.

A especialista também explica sobre o funcionamento da vacina no organismo. Conforme a doutora Paula, a pessoa tem uma memória no sistema imune toda vez que tem uma doença. Isso faz com que o sistema responda melhor a doença na próxima infecção. No entanto, há doenças em que é necessário se proteger com o imunizante. “A gente faz como se fosse uma infecção sem ter infecção, que é através da vacina, e gera essa proteção com benefícios de você não ter a doença. Vamos gerar uma memória imunológica, uma proteção sem que o indivíduo tenha a doença”, esclarece. Por conta disso, é comum ter sintomas de gripe ao ser vacinado, já que o sistema imunológico está reagindo e gerando anticorpos.

A vacinação protege contra várias doenças e são necessárias desde o nascimento de uma criança para que a qualidade de vida seja garantida. A doutora Paula ressalta que há diversas doenças que são prevenidas através do imunizante. A especialista ainda comenta que diversas pessoas ainda têm dúvidas sobre como ela age, principalmente porque há vacinas, como a da gripe, que devem ser feitas todos os anos. “Tem algumas questões. A primeira questão é que o vírus muta muito, então todo o ano são feitos vários estudos e a gente vê quais os subtipos do vírus que circulou mais no ano anterior, e aí a gente faz a vacina”, comenta.

O assunto foi abordado com mais detalhes em entrevista no programa Ponto de Encontro com a doutora Paula. Ouça na íntegra:

 

A imunologista ainda destaca que a cada ano as pesquisas avançam mais. “Esse ano a gente tem ainda uma novidade, que é a vacina de alta concentração, ou seja, ela tem quatro vezes mais a dose do antígeno, que induz essa resposta imune. Ela deve ser usada em pessoas acima dos 60 anos, porque os estudos mostram que ela induz uma proteção 24% a mais para essas pessoas, porque elas normalmente são pessoas que têm o comprometimento do sistema imune”, esclarece.

A médica alergista e imunologista pela Universidade de São Paulo (USP), Dra. Paula Natassya Argolo, foi a convidada do programa Ponto de Encontro