A campanha Março Lilás tem o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção e o combate ao câncer de colo uterino. De acordo com o médico radio-oncologista e radioterapeuta, doutor Leonardo Vieira Polli, o colo de útero é o lugar entre a vagina e o útero. O especialista da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) esclarece que o problema é causado pelo papilomavírus humano (HPV), uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes; entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer.
O diagnóstico do câncer de colo de útero é feito através de um exame papanicolau. Se houve lesões no canal vaginal, o recomendado é que uma biópsia seja feita para verificar onde a doença se encontra, se é no colo ou no útero. O principal sintoma do câncer de colo de útero, se a mulher não faz o exame, é o sangramento e as dores durante relações sexuais. Porém, o doutor Leonardo ressalta que lesões por HPV não costumam apresentar dor. “Por isso que a gente tem que sempre fazer o exame preventivo para ter bastante segurança de que essa mulher está sendo coberta e a gente pega essa doença muito inicial”, frisa.
O assunto foi destaque em entrevista no programa Ponto de Encontro com o doutor Leonardo. Ouça na íntegra:
Já há vacinas contra o HPV, na qual adolescentes já estão tomando. “Em países de primeiro mundo, como Estados Unidos e os países da Europa, a frequência do câncer de colo uterino já baixou bastante, chegando a níveis muito baixos”, destaca. Mesmo com a vacina, o exame preventivo ainda é necessário, no qual o recomendado é fazer uma vez ao ano. O exame é recomendado para as mulheres que já iniciaram sua vida sexual. O tratamento do câncer envolve o uso do laser, cirurgia e, em casos mais avançados, a quimioterapia ou radioterapia.
Polli ainda ressalta que a campanha do Março Lilás serve para reforçar a importância do diagnóstico precoce. “Fazendo esses programas de conscientização geral da população, a gente consegue otimizar a abrangência dessas mulheres, e é essa a ideia: sensibilizar o fato de que tem que descobrir cedo. Muitas vezes, descobre cedo, são pequenos procedimentos e a paciente fica curada com pouca sequela e pouca complicação”, ressalta.