Pintas e manchas assimétricas pelo corpo e que mudam de tamanho e cor. Este pode ser um dos sinais de um tipo de câncer de pele, o melanoma. Embora seja menos frequente comparado ao câncer basocelular e espinocelular, o melanoma é o mais agressivo e que causa mais mortes. No Brasil, o melanoma representa 3% dos casos de câncer de pele. De acordo com doutor Fernando Amato, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), é primordial que o diagnóstico da doença seja feito o quanto antes para que o risco de mortalidade diminua.

O especialista explica que o câncer é causado quando as células doentes se multiplicam pelo corpo. O processo de renovação das células é comum, sendo que, na maioria dos casos, quando células doentes aparecem, o organismo consegue elimina-las. No entanto, quando o organismo não consegue fazer a eliminação, as células doentes se multiplicam, gerando um tumor. Além do fator genético, a exposição excessiva aos raios solares pode contribuir para a alteração das células.

Para falar sobre o tipo de câncer, fazendo alertas dos sintomas e tratamento, o programa Ponto de Encontro realizou uma entrevista com o doutor Amato. Saiba mais:

 

O principal sintoma do melanoma é o aparecimento de pintas ou feridas pelo corpo. Irregularidades no contorno da pinta, cores diferentes na mesma lesão, e um diâmetro maior que seis milímetros indicam uma suspeita. Além disso, feridas que não curam e que costumam sangrar fácil podem servir de alerta. O recomendado é que a pessoa procure um especialista ao apresentar uma alteração do tipo. O diagnóstico é realizado por um dermatologista através de uma dermatoscopia ou por meio de uma biopsia. O tumor pode ser retirado pelo próprio dermatologista ou, dependendo do caso, por um cirurgião plástico.

O melanoma representa apenas 5% dos casos de câncer de pele, mas tem uma grande capacidade de produzir metástases — Foto: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=24053016

Conforme Amato, o melanoma pode surgir em qualquer região do corpo, até nos olhos ou por baixo das unhas. “O melanoma pode espalhar pelo corpo, tanto pelos vasos linfáticos quanto pelo sangue. Então ele pode tanto para os linfonodos, pode para o fígado, para o osso, cérebro, ele pode ir para o pulmão. Esse é o problema do melanoma”, ressalta o especialista. “Mas essas são nas fases mais avançadas, por isso que é importante a avaliação e o diagnóstico precoce para não chegar nesse estágio”, completa.

O melanoma, assim como outros tipos de câncer, podem estar ligados ao fator genético. Por isso, pessoas que têm familiares que tiveram câncer também podem desenvolver o problema. Além disso, certos hábitos de vida podem influenciar, como não usar o protetor solar e se expor ao sol, no caso do melanoma. É importante que o filtro solar seja usado todos os dias, não só quando a pessoa está na praia ou piscina. Além disso, o produto deve ser reaplicado regularmente nas partes expostas.

Amato ressalta que a exposição da pele ao sol pode apresentar consequências anos depois. “O câncer a gente não vai ver nas próximas férias, a gente acaba vendo daqui a dez anos. Então, muitos pacientes com câncer de pele são pacientes que tiveram, na sua adolescência, uma exposição muito intensa ao sol, e agora estão colhendo os frutos dessa exposição intensa e sem proteção que tiveram há muito tempo”, comenta.

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